Este mês os participantes da Oficina Literária que acontece
nas sextas feiras no Clube de Mães Missionárias do Parque Selecta, decidiram publicar
o textos de Gabriela Mendonça. Um belíssimo conto sobre memórias de infância,
sobre as lembranças ligadas ao jogo e a família.
Um paraíso na infância
Era
enorme como o mundo! Vasto campo verde, com árvores e quadras de tênis. Por um
caminho, meio que escondido, chegava-se a um paraíso!
Para
mim estava dentro de um grande labirinto. Tinha arame misturado com plantas,
insetos e formigueiros. Precisava ter cuidado ao passar para não se machucar.
Mas que criança ao saber que vai chegar ao paraíso não corre desesperada ao seu
encontro?
As
irmãs corriam na frente, pois mais velhas e sabendo onde iam chegar, não
queriam perder tempo em me esperar. Eu ia atrás correndo contra o tempo e
trilhando os seus passos. Todo irmão mais novo sempre dá credito ao que irmão
mais velho faz. Suas ideias são sempre as melhores! Então aonde quer que elas
fossem eu sabia que algo de muito bom eu iria encontrar.
Subia
escadas, desviando do caminho encontrava um pequeno parquinho, mas ainda não
era o paraíso. A parada era quase obrigatória. Aproveitava para ir na gangorra,
no balaço e no cavalinho, mas muito rápido, para não perder o paraíso! Correndo
chegava às casinhas. Quão lindas eram as casinhas! Todas pequeninhas e
coloridas, cada uma de uma cor. Na minha cabeça eram feitas para mim. A
portinha tinha o meu tamanho, minhas irmãs precisavam agachar para entrar, já
eu entrava sem me esforçar. Tinha janelinhas todas com florzinhas. Lá dentro
tinha um fogãozinho, uma mesinha e cadeira. Há que delícia! Eu estava no eu
mundo onde tudo tinha o meu tamanho, nada passava de um metro e meio, tudo
servia certinho para mim. Mas esse ainda não era o destino.
Parada
rápida para uma foto. E corre, corre, corre! Quem chegar por último é mulher do
padre! Chegamos a uma grande escada. Nossa que enorme! Por que será que somos
crianças todas as coisas parecem ter o dobro de tamanho que realmente tem? Mas
não podia desistir. Eu precisava ter um fôlego que as duas irmãs, porque com
toda euforia que nos rodeava, se eu demonstrasse ficava para trás.
Corre,
corre, corre. Sobe, sobe, sobe. Cheguei! É o paraíso. Ufa! Mas que maravilha!
Realmente, para mim era enorme! Um escorregador gigante com ondinhas que tornavam
a descida muito, muito mais interessante!
Um,
dois, três e descem as três irmãs de uma vez! O pai o outro lado preparava a
máquina para a foto!
Esse
era o meu paraíso! Um lugar encantador que hoje não existe mais, mas que marcou
toda a minha infância com cores e alegria, com machucados e arranhões, mas com
muita, muita, muita diversão.
Gabriela Mendonça
LEGAL-POIS-SEMPRE-DEVEMOS-MANTER-VIVA-AS-NOSSAS-LEMBRANCAS.
ResponderExcluirparabens muito bonito,quantas boas lembransas
ResponderExcluirQUE-LEGAL-ACHEI-LINDO-COMO-A-ESCRITURA-ESCREVEU-POIS-SAO-MUITAS-RELEMBRANCAS-ESPECIALMENTE-DA-INFANCIA-JA-QUE-E-UM-MOMENTO-QUE-MARCA-A-GENTE-E-QUE-NAO-VOLTA-SO-RESTA-AS-RECORDACOES.
ResponderExcluirBOM!!
ResponderExcluirQue lindas recordações! E é assim que vive o homem: compartilhando suas histórias com a família,filhos,netos ou com os amigos e assim mantendo-as vivas no coração, mas quando as relembra que alegria de saber que foi tão bom e que ainda está vivo e pode viver muito mais.
ResponderExcluirMuitoo legal, lembrei da inha infancia tgbm.. até pq nao faz tanato tempo assim q se passou né?? rsrs parabéns...
ResponderExcluirLindo.. Gabriela, este é apenas um dos primeiros
ResponderExcluirVem muito mais por aí